Dormir pouco e acordar bem
Em 2009, uma mulher visitou o laboratório do pesquisador Ying-Hui Fu na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, trazendo um problema curioso. Ela reclamava que, apesar de seu hábito de dormir tarde, normalmente à meia-noite, sempre acordava espontaneamente – e sem nenhum sono – às 4 da manhã. E o mesmo acontecia com vários outros membros de sua família.
Os pesquisadores examinaram mais de 250 voluntários, incluindo os familiares da mulher, e descobriram que, nessa família, despontava uma mutação rara no gene DEC2 (relacionado ao sono), não encontrada em nenhum outro dos participantes do estudo.
O mesmo grupo, em 2019, descobriu também que gene ADRB1, encontrado em 12 pessoas de uma mesma família, influencia nos ciclos do sono e as fazia dormir 4h30 por noite sem prejuízos.
Algum tempo depois, um terceiro novo gene se provou crucial para essa estranha habilidade de não sentir sono: uma mutação no gene NPSR1.
Os pesquisadores descobriram que, além de precisarem de menos horas de sono para se sentirem descansados, as pessoas que carregam a alteração genética no NPSR1 também têm a vantagem de passarem ilesas por problemas causados pela exaustão.
Essa mutação é rara e, segundo os pesquisadores, só acontece em 4 milhões de pessoas no mundo todo. Para a maioria das pessoas, ficar sem dormir por muito tempo tem consequências sérias a longo prazo.
O próximo passo do estudo é saber se, a longo prazo, essas horas de sono reduzidas terão um impacto negativo na saúde dessas pessoas. Em curto prazo, já é sabido que não.
Referências:
Dá para dormir pouco e acordar bem? Tendo estes 3 genes, dá. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/da-para-dormir-pouco-e-acordar-bem-tendo-estes-3-genes-da/. Acesso em 26/12/19.
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